quarta-feira, 27 de março de 2013

Capela dos Coimbras

A Capela da Nossa Senhora da Conceição, também designada de Capela dos Coimbras, é um monumento nacional localizado na cidade de Braga, construído entre 1525 e 1528. 

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Durante as solenidades da Semana Santa esta capela é aberta ao público, este ano essa abertura será nos dias 24,  28 e 29 de março. Durante o resto do ano, à excepção do dia 8 de dezembro, esta relíquia encontra-se encerrada ao público e completamente desaproveitada.

Enquanto esta mentalidade não for alterada em Braga, independentemente de se tratar de uma propriedade privada ou pública, o património continuará a representar um fardo que é necessário manter e cuidar, e nunca representará a mais valia que poderá potenciar o desenvolvimento da cidade e da região. Este é mais um dos exemplares a integrar num plano alargado para o turismo de Braga.

No domingo dia 24, foi então possível visitar o interior deste monumento. Aqui ficam as imagens:












Edificada cerca de 1525, a Capela da Nossa Senhora da Conceição integra o conjunto da Casa dos Coimbras, tendo sido construída como capela deste palacete. A designada Casa dos Coimbras servia, em meados do século XV, de residência a eclesiásticos, tendo sido adquirida em 1505 por D. João de Coimbra, provisor da Mitra de Braga. 

Foi D. João de Coimbra que no final do primeiro quartel do século XVI contratou mestres biscainhos, que à época trabalhavam em Braga, para edificarem o templo privativo da sua casa. A capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, apresenta um modelo de "igreja-torre", com planta quadrada, numa tipologia derivada dos modelos castilhianos. 

A fachada, edificada como um torreão, divide-se em dois registos distintos, o primeiro correspondente ao portal, antecedido por galilé, o segundo com janelas maineladas e esculturas em relevo na silharia da torre. O programa decorativo da fachada, que abrange tanto os relevos do portal como as figuras que ornamentam a torre, é atribuído a Filipe Odarte (SERRÃO, Vítor, 2002, p. 154). 

O espaço interior é coberto por abóbada de nervuras decorada por florões e pedra de armas. O altar-mor apresenta esculturas inseridas em nichos, enquadradas por figuras mais pequenas em mísulas com baldaquinos. Este conjunto é atribuído a João de Ruão, sendo identificada como uma obra da sua primeira fase de trabalho. 

Junto ao altar, inserido num arcosólio com as armas de D. João de Coimbra, foi edificado um conjunto escultórico com a Deposição no túmulo , também atribuído ao escultor João de Ruão, pela semelhança que apresenta com algumas das suas obras, embora seja de uma fase posterior. As paredes laterais da capela são revestidas por painéis de azulejos com temas da Criação do Mundo. 

A capela surge representada numa magnífica gravura de 1847, de C. Legrand, com a data de construção de 1512.

sábado, 9 de março de 2013

A classificação do Castelo D. Chica e o abandono do património

Braga tem mais um monumento de interesse público, o Castelo da Dona Chica foi finalmente classificado. Pode ler-se no Diário do Minho:

Castelo de Dona Chica classificado como monumento de interesse público

BRAGA | 9 DE MARÇO DE 2013

O património arquitetónico e cultural de Braga ganhou mais um monumento de interesse público. Por despacho do secretário de Estado da Cultura, a classificação foi atribuída ao Castelo de Dona Chica, em Palmeira, deliberação que confirma tratar-se de «um valor cultural de importância nacional» e cuja deterioração definitiva representa um «dano grave para o património cultural». A decisão coloca o também designado Castelo de Palmeira numa extensa Zona Especial de Proteção.



Aqui no blogue comentaram-se as intervenções que o castelo sofreu durante a década de 90, e através do Ruin'Arte tivemos acesso a diversas fotos do interior e a uma descrição da sua história.
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Esperemos que a Câmara Municipal de Braga (CMB), possa no futuro reconhecer a importância deste monumento e finalmente valoriza-lo, ao invés do que tem ocorrido. Devolver-lhe a dignidade e a identidade, valorizando também o espaço exterior, tornariam este monumento romântico numa atração incontornável da cidade de Braga. Em Barcelona procuram construir a Sagrada Família, com base em interpretações dos desenhos de Gaudi, em Braga nunca procuraram terminar este magnífico castelo.

Seria também de bom tom que a CMB, soubesse proteger outro dos imóveis que Ernesto Korrodi deixou em Braga, o palacete Domingo Afonso, que corre o risco de uma destruição quase total, para a construção de mais alguns apartamentos, que representam o progresso para alguns, mas que na verdade resultarão numa enorme perda para quase todos os bracarenses.
O Palacete Domingos Afonso no Bracarae.

Até quando vão os bracarenses permitir a destruição de diversos imóveis de enorme valor patrimonial?

Se avançar a construção do condomínio privado na Rua do Carvalhal, implicando a destruição da quase totalidade do palacete Domingos Afonso, entende que será?
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